Sem citar a sigla CPMF (conhecida como o imposto do cheque), que se tornou maldita para o mundo político, o governador Rui Costa (PT) cobrou, nesta segunda-feira, 31, da presidente Dilma Rousseff que ela “lidere” processo de discussão com governadores e prefeitos para destinar mais recursos à área de saúde, num momento em que o governo federal apresenta proposta de orçamento para 2016 com um déficit de R$ 30,5 bilhões (veja páginas 5 e 6).
“Nosso entendimento é que deve ser um processo conversado com a sociedade, com os deputados, com os senadores, com os governadores, prefeitos e perguntar: o dinheiro destinado a saúde nesse momento é suficiente? Sim ou não?”, disse. Conforme Rui Costa, governadores e prefeitos são unânimes em afirmar que os recursos não são suficientes. “A discordância é de onde vem o dinheiro”, declarou.
Imposto sobre riqueza
Rui quer que Dilma, junto com governadores e prefeitos, “construam” uma proposta em 30, 40 dias para ser aprovada ainda este ano e passar a valer em 2016. Em relação à origem dos recursos, sugere: “Parte dos recursos pode ser de tributos existentes, que seriam direcionados para a área de saúde e outros pode ser a mudança da legislação”.
Lembrou que em vários países a maior parte da carga tributária recai sobre a riqueza e não sobre o consumo. “No Brasil, ao contrário, é sobre o consumo. A diferença é que quando se faz pelo consumo você comete injustiça fiscal pois o pobre e o rico pagam o mesmo imposto. Por isso, na maior parte dos países se cobra muito imposto na renda e pouco no consumo. No Imposto de Renda caberia alíquotas para salários maiores”, disse.
O governador insistiu que em qualquer mudança “é preciso falar a verdade para o povo”.
Eleições
Sobre as eleições municipais de 2016, estimulou os partidos a discutirem internamente candidaturas desde já. “Acho que os partidos já podem e devem discutir a eleição até porque já estamos na beira do prazo das filiações”. Ele entraria nas discussões “mais à frente”.
Rui tem estimulado que os partidos da base aliada apresentem nomes para disputar a Prefeitura de Salvador como estratégia para pulverizar os votos e levar a disputa ao segundo turno com o prefeito ACM Neto (DEM) candidato à reeleição. Para marcar a presença do estado em Salvador, vem autorizando obras de contenção de encostas em Salvador.
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