Dia Mundial de Luta contra a Aids

Ontem, 1º de dezembro, se comemorou o Dia Mundial de Luta contra a Aids. Para marcar a data, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), através da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep)/Coordenação Estadual de DST/Aids, está promovendo amanhã (02/12), em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde, atividades educativas e testagem rápida para detecção do HIV (Fique Sabendo), na Biblioteca Pública dos Barris, no Costa Azul e no Pelourinho. Hoje, no Ministério da Saúde, em Brasília, a coordenadora do programa, Jeane Magnavita, participa da cerimônia que marca os 30 anos de luta contra Aids.

Passados 30 anos do início da epidemia, em que pese todos os avanços tecnológicos para prevenção e controle da infecção/doença no mundo, o problema continua desafiando as autoridades sanitárias. “Esse cenário revela a insuficiência de estratégias para enfrentamento do problema que vem sendo utilizado por vários segmentos, reforçando a necessidade de implementar ações específicas e singulares, sobretudo aquelas voltadas para prevenção de novas infecções”, esclarece Jeane Magnavita.

A doença na Bahia

Na Bahia, o primeiro caso de Aids foi registrado em 1984. Daquele ano até setembro de 2014, já foram registrados 24.086 casos de Aids. Destes, 15.104 no sexo masculino (62,7%) e 8.980 (37,3%) no feminino. Dados preliminares indicam que a taxa de detecção da doença no estado, em 2013, foi de 9,8 casos para cada 100.000 habitantes na população em geral; no sexo masculino, 13,0 casos para cada 100.000 hab. e no feminino, 6,6 casos para cada 100.000 hab.

O município de Salvador registra anualmente o maior número de casos. De 1984 a 2014, foram registrados aproximadamente 12.000 casos de Aids, quase 50% do total de casos do estado. Em seguida, vem Feira de Santana, com 1.127 casos e Vitória da Conquista, com 614 casos. “Nestes municípios, as taxas de detecção de Aids em 2013 foram, respectivamente, 26,1; 8,6; e 11,7 casos para cada 100.000 habitantes, o que mostra que a situação no município de Salvador é de maior relevância, pois os dados indicam que o risco de adoecer por Aids nesse município é mais elevado”, acrescenta a coordenadora.

De modo geral, a faixas etária com maior número de casos é entre 30 a 49 anos. Em 2013, em pessoas de 30 a 39 e 40 a 49 anos, foram registrados, 465 e 358 casos respectivamente. Em 2014, segue a mesma tendência. Nos jovens de 15 a 24 anos, do ano de 2004 a 2014, foram notificados 2293 casos e 2.762 casos, em pessoas de 50 anos e mais, o que já representa 11,4% do total de casos.

A categoria de exposição mais frequente é a sexual, com predomínio da heterossexual. Analisando os últimos cinco anos, observa-se um percentual significativo, média de 44%, de casos de transmissão sexual entre homens que fazem sexo com homens (HSH). Enquanto que entre mulheres, as heterossexuais, constituíram a categoria predominante (100% dos casos de transmissão sexual entre mulheres ocorreram nessa categoria).

Rede de atenção

Segundo Jeane Magnavita, com as mudanças no perfil epidemiológico (cronificação da doença) e avanços tecnológicos (testagem, tratamento), o manejo das pessoas com HIV/Aids está cada vez mais descentralizada para serviços de menor complexidade. Atualmente, encontra-se disponível o teste rápido em grande parte das unidades de saúde da atenção básica dos municípios do estado.

Este ano, a Sesab ampliou os serviços de atenção especializada para atendimento de Aids (SAE) para mais 21 municípios. Dessa forma, encontram-se disponíveis centros de referências em 46 municípios. 27 já implantados em anos anteriores, já em funcionamento, e mais 19 em diferentes fases de estruturação.

Em Salvador, existem quatro serviços municipais (SAE): Semae, no bairro da Liberdade; São Francisco, no bairro Tororó; Marymar Novaes, na Avenida Dendezeiros e o ambulatório do Hospital Professor Edgar Santos (Hupes), unidade federal, contratualizada pelo município. O estado da Bahia mantém em Salvador mais três serviços especializados, o Cedap, no bairro Garcia; ambulatórios nos hospitais Couto Maia e no Roberto Santos.

Os municípios com serviços já implantados e em funcionamento são: Alagoinhas, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Camaçari, Canavieiras, Eunápolis, Feira de Santana, Guanambi, Ilhéus, Itabuna, Itamaraju, Itapetinga, Irecê, Itaberaba, Jequié, Juazeiro, Lauro de Freitas, Paulo Afonso, Porto Seguro, Remanso, Salvador, Senhor do Bonfim, Serrinha, Santo Antônio de Jesus, Seabra, Teixeira de Freitas e Vitória da Conquista.

Os novos municípios habilitados são: Catu, Luís Eduardo Magalhães, Simões Filho, Cachoeira, Cruz das Almas, Ipirá, Ibotirama, Ruy Barbosa, Camacan, Jacobina, Ipiaú, Itabela, Ribeira do Pombal, Candeias, Vera Cruz, Santa Maria da Vitória, Amargosa, Campo Formoso, Mucuri e Valença (Brumado e Dias d’Ávila, desistiram).

“Ressalta-se que mais de 30% dos atendimentos de Aids do estado ainda são realizados pelos três serviços estaduais. No Cedap, quase 80% dos atendimentos são de residentes Salvador. Os municípios precisam ampliar e melhorar sua rede, para que os usuários tenham suas necessidades resolvidas dentro do seu território (município e ou região de saúde)”, finalizou a coordenadora.

Fonte: Divep

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