Decisões equivocadas: Solla aponta colapso na Saúde com medidas do secretário

O ex-secretário da Saúde e deputado federal eleito, Jorge Solla, fez duras críticas às decisões do novo gestor da pasta, Fábio Villas Boas, e a redução das diretorias regionais da Saúde (Dires) conduzidas pelo governador Rui Costa (PT). De acordo com Solla, não houve debate com a sociedade, servidores e tampouco com a equipe da secretaria da Saúde, comandada à época por Washington Couto. Solla afirmou que é contra a redução de 31 Dires para 9.

Em entrevista concedida nesta segunda-feira (19) à rádio Irecê, o ex-gestor disse que não iria se calar diante de um ação que prejudicará a população baiana. “Antes na Bahia não se podia haver divergência, mas faço questão de emitir meu ponto de vista: nós não concordamos com a extinção das Dires, que vai reduzir a capacidade de atuação do estado na saúde e vai dificultar e muito ações estratégicas que estavam sendo desenvolvidas pelas diretorias regionais. Não foi uma posição de nossa concordância”, assevera.

Com o objetivo de reduzir custos as diretorias regionais serão nove núcleos abrangendo os municípios circunvizinhos. Para o ex-gestor não haverá redução de custos e o prejuízo pode ser maior. “Houve um equívoco no diagnóstico que subsidiou essa decisão. Aí não é culpa do governador. O grupo técnico que ele delegou para fazer as mudanças sim. A ideia que poderia fugir facilmente dessa estrutura dando economia muito grande aos cofres do governo, que nem isso vai acontecer. Só tem dois cargos cada diretoria, então será uma economia de apenas 44 cargos. É prejuízo aos secretários municipais e a própria população”.

Solla ainda reclamou da falta de diálogo entre os gestores. “Essa decisão não houve diálogo nem com a equipe que estava na secretaria em com Washington Couto. Ela foi encaminhada para a Assembleia Legislativa da Bahia e aprovada sumariamente. Não mediram os impactos. Eu insisto, não há nenhum mal de uma lei ser revista porque ela pode trazer dificuldades. Isso não é uma posição contrária ao governador. Tem um diagnóstico que subsidiou essa decisão e que está equivocado”, reforça.

Por outro lado, o presidente municipal do Democratas de Salvador, Heraldo Rocha, em contato com o Bocão News, acredita que a defesa de Solla é para além da utilidade pública. Segundo Rocha há interesses políticos. “Eles aparelharam a Saúde. É uma guerra política, pois dividiram as regionais de acordo com os interesses deles. Apesar disso acredito que o novo secretário está com uma herança maldita nas mãos e terá de resolver. Sou médico e sei que a saúde pública está um caos. São hospitais sucateados, profissionais sem salários. E não é culpa do SUS é falta de gestão”, disse.

Para o presidente, o processo de extinção das diretorias regionais deveria ser gradativo. “Eles alegam economia de custos, mas é de custo ou de qualidade?”, questiona.

Funcionários protestam

Trabalhadores da 24º diretoria regional da Saúde em Caetité se manifestaram contra o fechamento da unidade nesta segunda-feira (19). A pasta  de Caetité ficou subordinada a cidade de Vitória da Conquista. No protesto, os funcionários seguraram faixas e distribuíram  panfletos com um  texto de repúdio ao fechamento da 24° Dires. segundo os próprios servidores, não existe previsão de remanejamento ou como ficará a real situação de seus postos de trabalho.

Nomeação

A nomeação dos novos diretores dos Núcleos Regionais de Saúde (NRS) foi publicada no Diário Oficial desta terça-feira (20). O núcleo da região nordeste tem como diretor Rogério Ribeiro Ramos; a oeste fica sob direção de Maria Raquel da Aurora; Edy Gomes Santos vai para a centro-leste; Marisa Eduane Costa Pinheiro é a diretora da região sul; a centro-norte é dirigida por Kátia Cristina Alves de Souza; a norte fica sob a direção de Lisandra Cunha Amin; a leste tem como diretor Hadson Namoum Rocha de Mattos; a extremo-sul é dirigida por Vivian Ferreira Viana Glória; e Karoline da Silva Rebouças vai para a sudoeste.

São sedes dos núcleos os municípios de Alagoinhas (nordeste), Barreiras (oeste), Feira de Santana (centro-leste), Jacobina (centro-norte), Juazeiro (norte), Salvador (leste), Itabuna (sul), Vitória da Conquista (sudoeste), e Eunápolis (extremo sul). Segundo a Sesab, a mudança vai permitir ao gestor estadual da saúde reconfigurar a atuação regional. Nesse sentido, constitui-se uma oportunidade para redefinir a forma de atuação da Sesab, avançar na regionalização e na formação das redes de atenção à saúde, melhorando os serviços oferecidos à população.

 

Ouça a entrevista na íntegra

Fonte: http://sindacsba.org.br

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