O menino danado, aquele que fazia artes consideradas normais, hoje é medicalizado. A indústria de medicamentos estimula a medicalização, com poderosas estratégias de Marketing e muitas doenças podem usar menos medicamentos com a atitudes de prevenção à saúde – o diabetes é um exemplo – a partir de um estilo de vida saudável (alimentação e prática de atividade física). Esses aspectos foram destacados pela economista Jane Guimarães, doutora em Saúde Pública e pesquisadora do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (Ufba), no Programa de Economia, Tecnologia e Inovação em Saúde (PECS/ISC/UFBA).
Sua apresentação, muito interessante, mostrou uma pesquisa feita durante 13 anos em duas revistas de grande circulação nacional, analisou como o tema diabetes foi tratado, além de educar, facilitar o acesso à informação, houve uma preocupação com a divulgação das inovações, principalmente de insumos. Segundo analisou o complexo industrial da saúde produz equipamentos dentro das normas de economia de mercado. O grande demandante de produtos da saúde são o Governo e a União que tem o papel de regular o mercado.
ParadigmasA pesquisa da economista Jane Guimarães avaliou os critérios de distribuição dos dois mil glicosímetros para os seis mil pacientes inscritos em Salvador. A pesquisa foi buscar idade, sexo, tipo de diabetes entre outros fatores.
A ideia do tema da pesquisa surgiu antes mesmo do início do doutorado o Instituto de Saúde Coletiva, em maio de 2008. O que motivou a escolha desta temática foi a experiência “que adquiri, durante consultoria prestada na Escola Estadual de Saúde Pública (EESP), para colaborar com a equipe técnica responsável pela incorporação do processo de educação a distância nos processos formativos dos profissionais do SUS”, explica Jane Guimarães. A economista destaca que a pesquisa “deu-se no meio de certezas e incertezas, na busca persistente de contribuir na elaboração de políticas públicas de saúde, que visem melhorar a prevenção, o cuidado, e também ampliar o acesso aos medicamentos e insumos, imprescindíveis aos pacientes diabéticos”.
Iniciativa do Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba), unidade da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), por meio da coordenação de Educação e Apoio à Rede (Codar), a sessão enfoca o tema “Paradigmas e Trajetórias Tecnológicas para o Cuidado com o Diabetes”.
Fonte: Ascom Cedeba
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