A Unidade de Alta Complexidade em Oncologia do Hospital Dom Pedro de Alcântara (HDPA), em Feira de Santana (a 108 km de Salvador), é uma das 80, em 62 cidades do país, à espera de aparelhos de radioterapia há mais de três anos.
Conforme já foi veiculado em outros meios de comunicação, os aceleradores lineares, como são chamados, foram prometidos pelo governo federal e comprados de fabricante americano, por R$ 120 milhões, em 2012. Mas, até o momento, não chegaram sequer ao Brasil.
Em 41 das 62 cidades, não há qualquer aparelho para o tratamento de pacientes com câncer. A unidade feirense já possui um acelerador, há três anos, e atende uma média de 90 a 100 pacientes por dia. A assistência gratuita aos que residem na cidade e na macrorregião – com cerca de 70 localidades – é feita via Sistema Único de Saúde (SUS).
A diretora-geral do HDPA, Sandra Peggy, informou que o novo aparelho faz parte do projeto do Ministério da Saúde para a expansão no atendimento em oncologia e negou que haja atraso na entrega. “Está tudo dentro do prazo determinado. Estamos com a área onde será colocado o aparelho em obras, que foram iniciadas em 20 de julho, com prazo de conclusão para janeiro de 2016”, informou.
Ela disse, ainda, que a unidade é a única com serviço de alta complexidade em oncologia da região e que a procura é grande. “Não estamos sem atender ninguém. Ao contrário, fomos contemplados com este novo aparelho pelo trabalho que estamos realizando. Ele servirá para aumentarmos o atendimento”, explicou.
Expectativa
Um dos pacientes atendidos na unidade, a auxiliar de serviços gerais Jaqueline Ferreira faz radioterapia todo dia, há duas semanas. Elogia o atendimento, mas acredita que, com o novo aparelho, a espera seria menor.
“Na semana passada, ficamos dois dias sem atendimento porque o aparelho que existe quebrou. Se o outro já estivesse aqui, não precisaríamos parar o atendimento. Sem falar que mais pessoas terão a oportunidade de tratamento”, frisou.
Já a doméstica Janete Neris, que há dois meses se trata no local, contou que nem sempre os pacientes conseguem tratamento logo após o diagnóstico devido à grande procura na unidade.
“Não temos o que falar do atendimento aqui, é ótimo, coisa de primeiro mundo. Mas, com outro aparelho, outros pacientes podem ser atendidos sem ter que esperar muito”, observou.
A equipe de A TARDE contatou a assessoria de comunicação do Ministério da Saúde, questionando, via e-mail, sobre a entrega dos aceleradores lineares. Mas até o fechamento desta edição não foi enviada resposta.
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