Situação é crítica na barragem de Sobradinho, no Rio São Francisco

O volume de água do Lago de Sobradinho alcança a preocupante marca de 6,5% A água do Lago de Sobradinho, no Rio São Francisco está acabando e ameaça comprometer todo o fornecimento de energia elétrica para a Região Nordeste, abastecido principalmente pelas usinas do Complexo de Paulo Afonso, Itaparica e Xingó. Até ontem, o lago, que é responsável por 58,20% de toda a água para a geração de energia, estava com 6,5% e poderá chegar a 3% em novembro, quando se espera que comecem as chuvas na região.

Para garantir o fornecimento de energia para o Nordeste, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) está lançando mão do uso intensivo de usinas termelétricas e energia eólica (uso do vento), além de linhas de transmissão da Usina de Tucuruí, no Rio Tocantins, Estado do Pará. Contudo, as previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), indicam que entre os meses de outubro a dezembro, período chuvoso na Bacia do São Francisco, as chuvas deverão ficar abaixo da média histórica.

Conforme explicou a meteorologista do Inmet na Bahia, Cláudia Valéria, as chuvas normalmente deveriam começar já nessa entre a segunda quinzena de outubro e a primeira quinzena de novembro em toda a região Norte do estado e no norte de Minas gerais, onde nasce o Rio São Francisco. Contudo, tanto o Inmet como o Cptec (Centro de Previsão do Tempo e Estudo Climático) indicam que pelo menos até a próxima segunda-feira não há possibilidades de chuvas no norte de Minas Gerais e em toda a Região Norte da Bahia.
Na análise do Inmet, válida para os meses de outubro, novembro e dezembro, a previsão indica maior probabilidade de que as chuvas ocorram em volumes abaixo da média histórica para a região, o que fará com que em 2016, a região do Rio São Francisco não acumule água suficiente para enfrentar um novo período de seca, que normalmente começa em abril.

Preocupante
Na previsão trimestral feita pelo Inmet, existe apenas 20%  de probabilidades de que as chuvas na Bacia do São Francisco (Norte e noroeste da Bahia) atinjam um volume acima da média histórica para a região. Por sua , 30% indicam que o volume será  dentro da média prevista para o período, enquanto 50%  de probabilidades indicam que as chuvas ficarão abaixo da média histórica prevista.
A Chesf descarta quaisquer riscos de racionamento de energia na região, mas o último boletim hidrológico, emitido às seis horas de ontem, indicava que houve uma queda de três pontos percentuais no volume de água acumulado no Lago de Sobradinho, em apenas um dia, passando de 6,8% na terça-feira, para 6,5% na manhã de ontem.

Um dos maiores lagos

Outro fato que chama a atenção nos boletins emitidos pela Chesf é que a vazão média do rio estava em 684 metros por segundo na cidades de Bom Jesus da Lapa e 712 m/s em Morpará, pontos de amostragem antes da entrada do lago. Com isso Sobradinho estava recebendo apenas 530 metros cúbicos de água por segundo, mas por necessidade de manter uma vazão hidrológica do leito do rio, estava liberando 942 metros  cúbicos de água por segundo.

O complexo sistema de controle de vazão do São Francisco é interligado e e uma redução do volume acumulado em Sobradinho, que funciona como uma espécie de caixa d‘água de controle de vazão, afeta todo o sistema. Assim é que os 6,5% de de água acumulada, fez com que o lago da Barragem de Itaparica, que regula a água que chega ao Complexo Hidrelétrico de Paulo Afonso, caísse para  10,8% na manhã de ontem.

Por outro lado, com a diminuição da vazão, em Propriá, cidade que fica entre os estados de Sergipe e Alagoas, e a aproximadamente 60 quilômetros da foz do São Francisco, a vazão média do rio estava em 951 metros cúbicos por segundo, o que tem afetado a pesca e a navegação e permite o avanço do mar para os eu interior, por causa do baixo volume de água que chega à foz.

Fonte: IG Bahia