Vítimas de acidente ocupacional, violência sexual ou mesmo pessoas que tenham tido casos de relação sexual consentida com suspeita de contaminação pelo HIV podem tomar o coquetel de modo preventivo, mesmo sem a confirmação de Aids. Hoje, duas unidades de pronto-atendimento (UPAs) oferecem o tratamento em Salvador: Itapuã e Marback.
A coordenadora do Programa de DSTs, Aids e Hepatites da prefeitura, Flávia Guimarães, ressalta que, no posto de Itapuã, ainda há preparação para assistir crianças que necessitem tomar o coquetel preventivo.
Com o nome de Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas: Profilaxia Antirretroviral Pós-Exposição de Risco para Infecção pelo HIV (PEP), o coquetel preventivo vem sendo oferecido na capital baiana e São Paulo de modo pioneiro desde o período da Copa do Mundo.
Segundo ela, a expectativa inicial era que, no início de setembro, o coquetel preventivo estivesse implantado em dez UPAS da cidade. Mas uma série de fatores concorreram para o atraso do esquema de profilaxia pós-exposição (PEP) ao HIV.
Os municípios baianos que mais preocupam em relação ao índice de contaminação é Salvador e Porto Seguro. Enquanto o número de casos é de 12,9 por 100 mil habitantes, em Salvador, a média no estado é de 24,2 por 100 mil habitantes. Já Porto Seguro tem21,2 por 100 mil habitantes. A Bahia tem uma taxa de mortalidade de 3,1 por 100 mil por ano.
A rede de assistência conta com 517 Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), 712 Serviços de Assistência Especializada (SAE) e 777 Unidades de Distribuição de Medicamentos (UDM).
Para 2014, a PEP contou com investimento de R$ 3,6 milhões, ou seja, 0,4% do total de R$ 864 milhões investidos com antirretrovirais no ano passado. Disponível desde a década de 1990 no SUS, o coquetel preventivo foi implantado, inicialmente, para os profissionais de saúde em casos de acidentes de trabalho, com materiais contaminados ou possivelmente contaminados.
Ainda em 1998, a PEP foi estendida para vítimas de violência sexual. Em 2011, o tratamento passou a incluir qualquer exposição sexual de risco, como o não uso ou o rompimento do preservativo. Sendo assim, desde 2010, foram dispensados 87.891 tratamentos e a oferta da terapia quase dobrou de 2010 para 2014 – passando de 12 mil tratamentos para 22 mil.
Antes da aprovação pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia no SUS (Conitec), o novo protocolo ficou à disposição de profissionais de saúde e público em geral para consulta pública durante um mês.
O total de brasileiros com acesso ao tratamento com antirretrovirais no país mais do que dobrou entre 2005 e 2014, passando de 165 mil pacientes (2005) para 400 mil (2014). Atualmente, o SUS oferece, gratuitamente, 22 medicamentos para os pacientes soropositivos.
Desse total, 12 são produzidos no Brasil. A epidemia no país está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 20,4 casos a cada 100 mil habitantes. Isso representa 39 mil novos casos de Aids ao ano. O coeficiente de mortalidade por Aids caiu 13% nos últimos 10 anos, passando de 6,4 casos de mortes (2003) para 5,7 casos (2013).
Fonte: CORREIO
Be the first to comment