A Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) informa que na Bahia, de outubro de 2015 a 30 de janeiro de 2016, foram notificados 618 casos de microcefalia, ou seja, de nascimento de bebês com perímetro cefálico menor ou igual a 32 centímetros. Já notificaram casos 106 municípios, sendo que Salvador tem o maior número de casos (324), correspondendo a 52,43% do total de casos.
Dentre os 618 casos, foram notificados dez óbitos nos municípios de Camaçari (1), Itabuna (1), Olindina (1), Salvador (3), São Sebastião do passe (1), Tanhaçu (1), Itapetinga (1) e Campo Formoso (1).
Ações
Diversas ações de pesquisa e desenvolvimento tecnológico estão em curso pelo Governo do Estado para combater o Aedes aegypti. Dentre elas, destaque para o teste rápido para dengue e chikungunya, o caça mosquito, mosquito transgênico, bacillus thuringiensis israelensis, wolbachia e repelente com nanotecnologia.
1) Teste rápido de dengue e chikungunya
• Iniciativa da Sesab: A Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) fará aquisição de 200 mil testes rápidos para que seja possível identificar os casos de dengue e chikungunya e, por exclusão e exames clínicos, diagnosticar a zika, visto que até o momento não há teste em escala comercial.
• Cenário: em março de 2015, a campanha de combate ao mosquito transmissor da dengue e da febre chikungunya teve neste ano um grande reforço. Foi desenvolvido um teste rápido, que associado a um smartphone com GPS, permite, simultaneamente, o georreferenciamento (Google Maps) dos casos, a fim de controlar rapidamente os surtos, bem como ter o resultado em apenas 20 minutos, o que antes demorava até 60 dias. Esta foi uma ação inédita no país e os primeiros municípios a dispor do teste rápido foram Feira de Santana, Riachão do Jacuípe e Ribeira do Pombal. No combate ao mosquito Aedes, que também transmite a zika, foram investidos em toda a Bahia mais de R$ 13 milhões, além de campanhas educativas e capacitação para supervisores no trabalho de campo, bem como R$ 3,7 milhões de incentivo financeiro aos municípios para ampliar o combate.
• Estágio: processo de aquisição de 200 mil testes rápidos para todo o estado.
2) Caça Mosquito
• Iniciativa da Sesab: O aplicativo foi lançado no dia 4 de janeiro para a plataforma Android e em breve estará disponível nos dispositivos que usam iOS.
• Como funciona: Qualquer pessoa poderá informar os locais de possível foco do mosquito. Utilização de GPS para georreferenciamento. As informações enviadas pelo aplicativo para a Sesab serão encaminhadas para os órgãos municipais para que as medidas cabíveis sejam realizadas, a exemplo do envio de agentes de endemias e utilização do fumacê.
3) Mosquito Transgênico
• Iniciativa da Sesab: ampliação da produção, pois temos a convicção de que estratégias alternativas de combate ao mosquito devem ser estimuladas, pois ele se tornou a principal ameça à saúde pública do país, visto que é vetor de transmissão da dengue, chikungunya e zika.
• Cenário: a Fábrica (Moscamed) está instalada no município de Juazeiro e os testes são realizados em Jacobina.
• Como funciona: a iniciativa busca que as fêmeas do Aedes silvestre, ao cruzar com os transgênicos machos, gerem mosquitos estéreis ou que morram antes de chegar à fase adulta. Dados preliminares apontam para a redução de até 80% no número de ovos e mosquitos selvagens, nas localidades onde houve a liberação do mosquito transgênico.
• Capacidade: Atualmente a fábrica tem a capacidade de produzir de 4 a 5 milhões de mosquitos por semana, o que é suficiente para controlar uma área de até 100 mil habitantes.
•Investimento atual: R$ 1,2 milhão/ano por parte da Sesab.
4) Bacillus thuringiensis israelensis
• Iniciativa da Sesab: analisar a exequidade, segurança e eficácia em escala comercial do Bacillus thuringiensis no combate ao Aedes.
• Como funciona: esse bacilo infecta as larvas do mosquito Aedes e o mata. Atualmente é utilizado em estratégias de controle de pragas na pulverização de lavouras.
• Estágio: A Sesab tem se reunido com especialistas e analisando pesquisas a fim de avaliar a sua aplicação. Antes, porém, passará por criteriosa análise de biossegurança, visto que a estratégia prevê a disseminação pela rede de água.
5) Wolbachia
• Iniciativa da Sesab: analisar os resultados no Rio de Janeiro e replicar a experiência na Bahia.
• Experiência no estado do Rio de Janeiro: após um ano de testes com mosquitos da dengue modificados em laboratório, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ampliou a área de atuação do projeto no Rio de Janeiro. O bairro de Jurujuba, em Niterói, região metropolitana, tem recebido desde agosto milhares de ovos do Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia, encontrada no meio ambiente e capaz de impedir a transmissão da dengue pelo mosquito. A experiência faz parte do projeto “Eliminar a Dengue: Desafio Brasil”, que começou há cerca de um ano no bairro de Tubiacanga, na Ilha do Governador, zona norte da cidade. Neste bairro moram 3 mil pessoas. Neste projeto foram liberados durante quatro meses, aproximadamente 10 mil mosquitos modificados com a bactéria. A Wolbachia está presente em cerca de 60% dos insetos no mundo, incluindo diversas espécies de mosquitos, como o pernilongo, e não apresenta risco para a saúde humana ou para o ambiente. É uma bactéria intracelular, transmitida de mãe para filho no processo de reprodução dos mosquitos e não durante a picada do Aedes em ser humano. A pesquisa com a bactéria também está sendo desenvolvida no Vietnã e na Indonésia.
6) Repelente com Nanotecnologia
• Iniciativa da Sesab: análise da molécula de repelente (IR3535) aprisionada em uma nanopartícula.
• Como funciona: pode ser diluída em tinta para a pintura de casas, com efeito residual de até 4 anos, ou mesmo na lavagens de roupas, possibilitando proteção por até 100 lavagens.
• Estágio: negociação comercial
Fonte: Sesab
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