Treze mortos, 19 feridos e uma cidade paralisada. Enquanto avenidas e ruas transbordavam, famílias rezavam nas 600 encostas da cidade – 55 delas áreas de risco iminente, como na região da Fazenda Grande do Retiro. Lá, o estrondo que traz pavor toda vez que chove deu o alerta, por volta de 6h.
Depois, foram gritos de socorro abafados pela terra, sirenes, helicóptero, bombeiros e voluntários em torno de escombros onde antes existiam seis casas.
A Defesa Civil de Salvador (Codesal) recebeu, até as 18h40 de ontem, 241 solicitações: sendo 27 alagamentos de imóveis, oito desabamentos de casas, 137 deslizamentos de terra, entre outras. Os bairros mais atingidos: São Marcos, Tancredo Neves, Fazenda Grande do Retiro, São Caetano, Pirajá e Sussuarana. Brotas, Pituba, Lobato e parte da Federação ficaram sem luz, por conta de quedas de árvores e deslizamentos.
A água ocupou grandes avenidas, como Paralela, ACM e Bonocô, e invadiu até o Hospital Santo Antônio, no Largo de Roma, onde três enfermarias foram interditadas e 153 pacientes remanejados. Escolas e faculdades suspenderam aulas. Cerca de 10% dos ônibus não conseguiram deixar as garagens e o serviço de transporte público só foi normalizado meio-dia. Motoristas que ficaram retidos por causa de alagamentos relataram arrastões na Avenida Aliomar Baleeiro e BR-324.
Já moradores que não conseguiram acionar a Codesal pelo número 199, pediram ajuda na Central de Polícias. A prefeitura informou que o problema foi sanado. Revoltados, moradores protestaram em Narandiba, San Martin Boca do Rio, Estrada de Campinas e Calabetão.
A chuva começou às 18h de domingo. Segundo dados da prefeitura, foram 243 milímetros entre 3h e 10h de ontem — a mesma a quantidade de todo mês de abril de 2014. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a chuva, provocada por uma frente fria, segue até quinta. Por conta dos prejuízos à população, o prefeito ACM Neto anunciou o envio do projeto de lei à Câmara Municipal que institui benefício de três salários mínimos para vítimas de casos graves de calamidade.
Fonte: CORREIO
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