Expectativa é atender cerca de 1.700 serviços da rede de hemoterapia, acompanhando os processos de transfusão e proporcionando maior agilidade no processo
Para garantir o maior controle dos processos que envolvem a doação de sangue na rede pública de saúde – da coleta e realização dos testes até a transfusão do sangue – foi lançado nesta terça-feira (31) pelo ministro da Saúde, o Sistema Hemovida Web – Módulo Transfusional. O sistema, produzido pelo Datasus, vai facilitar a rastreabilidade dos componentes de sangue, como plasma, plaquetas e hemácias, recebidos e distribuídos pelas Agências Transfusionais (ATs) que ficam, em sua maioria, dentro de hospitais. O lançamento aconteceu durante a Reunião Hemorrede Pública com gestores do Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados (Sinasan), em Brasília.
Cabe às agências transfusionais a responsabilidade por armazenar o sangue e seus derivados, realizar exames pré-transfusionais, liberar e transportar os produtos sanguíneos para as transfusões nos setores do Complexo Hospitalar. O sistema estará disponível a partir desta terça-feira (31) para todas as Agências mediante adesão dos gestores locais. A expectativa é que a ferramenta atenda cerca de 1.700 serviços da rede de hemoterapia brasileira, que representa aproximadamente 70% da rede. No total, o Brasil conta hoje com 2.700 serviços de coleta e distribuição de componentes do sangue.
Durante o lançamento do sistema, o ministro lembrou que, apenas no ano passado, foram realizadas no Brasil mais de três milhões de transfusões de sangue. “Esse sistema é de fundamental importância para garantir qualidade e segurança em todo o procedimento, desde a coleta até a transfusão sanguínea”, afirmou Chioro. Segundo ele, o monitoramento mostra que o país, apesar de suas diferenças regionais, pode ter uma rede de qualidade, com agilidade nos processos de transfusão de sangue.
A secretária de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde, Lumena Furtado, fez um apelo aos gestores locais pela adesão ao novo sistema. “A adesão é fundamental para que o sistema funcione, portanto, é importante que vocês façam um esforço para integrarem à nova ferramenta”, afirmou a secretária. O Coordenador da Área de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, João Baccara, explicou que o sistema tem como objetivo fortalecer a Hemorrede Pública.
DOAÇÃO– O novo módulo faz parte do Hemovida Web Ciclo do Sangue que deverá ter sua implantação concluída em dezembro e contemplará outras categorias de Serviços de Hemoterapia. As principais funcionalidades do software são o controle e o monitoramento dos componentes de sangue coletados e distribuídos em todo o país. Além disso, a ferramenta vai contar com cadastro de pacientes, médicos e técnicos, informações sobre o resultado de exames realizados em cada bolsa de sangue, tipagem sanguínea e destinação final do material. Além de garantir o controle dos processos envolvidos na coleta e transfusão de sangue, o sistema vai acelerar o processo e propiciar maior segurança aos pacientes.
Atualmente, 1,6% da população brasileira tem o hábito de doar sangue. O índice está dentro do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para autossuficiência dos países que é de 1% a 3% da população doando sangue. Para manter os estoques e evitar o desabastecidos, o Ministério da Saúde incentiva a população a fazer doações por meio de iniciativas, como a realização de campanhas publicitárias e ações estratégicas para o aumento e a qualificação do estoque.
HEMOVIDA WEB DOENÇA FALCIFORME – Em novembro de 2014, o Ministério da Saúde lançou o sistema voltado aos mais de 40 mil brasileiros que recebem tratamento para doença falciforme no Sistema Único de Saúde (SUS). Com a ferramenta, os pacientes passaram a contar com um sistema informatizado capaz de reunir informações cadastrais, clínicas e medicamentosas sobre cada paciente atendido na rede pública de saúde.
O software tem o objetivo de sistematizar os indicadores sobre a doença sanguínea hereditária, caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos, contribuindo para o direcionamento das políticas públicas de doença falciforme. A implantação do sistema também está sujeita a adesão de gestores e serviços de hemoterapia, feita por termo de confidencialidade de uso e adesão.
NOVAS TECNOLOGIAS – Nos últimos anos, o Ministério da Saúde vem investindo em projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, com parceiros públicos para nacionalizar os insumos e kits diagnósticos já disponibilizados pelo SUS. Além disso, a pasta investe na introdução de novas tecnologias voltadas para a qualificação da atenção hemoterápica.
Desde 2004, R$ 43 milhões foram investidos pelo Ministério da Saúde em pesquisa, desenvolvimento e compra de equipamentos para qualificação da atenção hemoterápica. Até 2016, o ministério pretende repassar mais R$ 21 milhões para pesquisas na área.
Fonte: Ministério da Saúde
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