Núcleo de Obesidade do Cedeba encerra ciclo de palestras com reflexões sobre bariátrica

Alguns pacientes ficam tão emocionados que até choram de alegria quando completam um mês de cirurgia bariátrica. É quando eles trocam a dieta líquida pela pastosa. Mas o plano alimentar que eles seguiam antes da cirurgia só será retomado com 90 dias, mas em menores quantidades. O relato foi da nutricionista do Núcleo de Obesidade do Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba), Lorenna Fracalossi, no encerramento do ciclo de palestras sobre obesidade, iniciado em novembro do ano passado, que lotou na manhã de hoje o auditório do Centro de Atenção à Saúde (CAS). No próximo dia 28 de abril,começa novo ciclo de palestras.

O tema “Reflexões sobre Cirurgia Bariátrica” foi apresentado pela equipe multidisciplinar do Cedeba, que prepara os pacientes para a bariátrica e continua a acompanhá-los, a partir de 30 dias pós- cirurgia. Segundo os especialistas, informar sobre as mudanças que a cirurgia traz na vida do paciente é muito importante para o sucesso. Eles começam no Cedeba, por exemplo, desde a primeira consulta com a nutricionista, aprendendo sobre a necessidade de comer devagar e mastigar bem os alimentos, atitude que se torna imprescindível após a cirurgia para evitar engasgos e vômitos. “É preciso mastigar de 20 a 30 vezes cada porção”,orientou Lorenna Fracalossi.

Os cuidados com a alimentação para o sucesso da perda de peso e sua manutenção foram enfatizados pela nutricionista, mostrando que ao ser reduzido com a bariátrica, o estômago passa de “uma bolsa para um moedeiro”, imagem que traduz a mudança e que, por sua vez, exige novos comportamentos. Imediatamente após a cirurgia, na dieta exclusivamente líquida, a capacidade do estômago é de 50 ml.

Além dos cuidados com a alimentação, os pacientes também receberam informações sobre as mudanças que a cirurgia bariátrica produz no organismo em relação à absorção de nutrientes. A endocrinologista Thaisa Guedes explicou que a bariátrica, em muitos casos, exige a reposição de cálcio e vitamina D para garantir a saúde do ossos e evitar osteopenia e osteoporose. E o uso de polivitamínicos terá de ser feito pelo resto da vida.

Um problema que assusta alguns pacientes que fazem bariátrica é o “dumping”, que se manifesta se houver abuso de açúcar, sal ou gordura. Palpitações, sudorese, debilidade, náuseas, vômitos, dor abdominal e diarréia pós- refeições.O fenômeno é tão conhecido que, segundo a endocrinologista Thaisa Guedes, muitos já chegam dizendo: “Dra eu tive dumping”.

Reeducação

A reeducação alimentar dos pacientes com obesidade que necessitam de bariátrica começa quando eles chegam ao Núcleo de Obesidade do Cedeba. A paciente Rosângela dos Santos, 49 anos, residente no Vale das Pedrinhas em Salvador, sente-se orgulhosa por ter reduzido o peso de 122 para 105 quilos, nos últimos dez meses, “somente fechando a boca”.Com 1,53 m , espera alcançar o peso ideal com a cirurgia bariátrica.

Já a paciente Maria Railda Conceição Brito, 50 anos, residente no município de Mata de São João, passou de 125 para 119 quilos, mas não quer fazer bariátrica. Com 1,65 m de altura disse que nada sente com a obesidade e consegue fazer as atividades domésticas sem problemas, levando uma vida normal. Ela disse ter conseguido reduzir o peso com atividade física, mas revela que sua grande dificuldade é reduzir o consumo de pão e farinha. Fonte: Sesab

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