Sucesso na automonitoração da glicemia capilar passa pela educação do paciente

A automonitoração da glicemia capilar não deve ser considerada uma intervenção isolada para o controle do diabetes, mas deve integrar o plano terapêutico global, que inclui intervenção de mudança de estilo de vida e medicamentos. E mais: deve estar associado ao desenvolvimento da autonomia do paciente para o autocuidado, por meio da educação em diabetes.

A análise foi feita hoje pela coordenadora de Educação e Apoio à Rede (Codar), do Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba), enfermeira Graça Velanes, ao abordar o tema “Traçando Prioridades para o Autocuidado da Monitoração da Glicemia”, na primeira sessão de atualização em diabetes deste ano, no auditório do Centro de Atenção à Saúde (CAS). A sessão também teve apresentação do tema “Socialização do Protocolo de Monitorização da Glicemia Capilar”, pela endocrinologista do Cedeba, professora Iraci Lúcia Oliveira, que ainda analisou casos clínicos e a interação entre os resultados da glicemia, plano alimentar, atividade física e medicação.

Educar é preciso

Segundo Graça Velanes, o exame de ponta de dedo para avaliar a glicemia deve levar em conta o grau de instabilidade ou estabilidade da glicemia. E mesmo com a garantia do acesso aos insumos pelos diabéticos (fitas, lanceteador, glicosímetro e medicamentos), desde a promulgação da Lei 11.347 de 27/09/2006, o paciente tem que ser orientado para seguir o esquema dos horários e do número de vezes em que deverá fazer glicemia capilar.

Além disso, é essencial que o paciente, além de avaliar a glicemia, faça o registro corretamente, para depois ser avaliado pelo médico. No Cedeba, os pacientes aprendem a fazer o diário e a usar as cores vermelha (hiperglicemia), verde ( glicemia dentro da normalidade) e amarela (hipoglicemia).

A professora de Endocrinologia Iraci Lúcia Oliveira mostrou detalhadamente o esquema de automonitoração da glicemia capilar em função do tipo de insulina que o paciente usa, explicando que no caso de pacientes gestantes com diabetes anterior à gravidez ou diabetes gestacional são necessárias nove aferições da glicemia por dia.

A automonitoração da glicemia capilar, ainda segundo Graça Velanes, “é uma ferramenta importante para o controle do diabetes e integra os sete comportamentos do autocuidado para pessoas com Diabetes Mellitus usuárias de insulina ou comprimidos: comer saudavelmente, praticar atividade física, vigiar as taxas (de glicose, colesterol, triglicérides, manter a pressão arterial sob controle), tomar os medicamentos (observar o esquema prescrito em relação às doses e horários), resolver problemas (se entrar num quadro de hiper ou hipoglicemia, buscar a solução), adaptar-se (se ficar impossibilitado de fazer a refeição, numa viagem, por exemplo, fazer a substituição por um lanche saudável) e reduzir riscos (cuidados com os calçados, não consumir álcool).

E para o autocuidado, a ação da equipe de saúde é muito importante, como pontuou com muita ênfase, Júlia Coutinho, da Codar, na abertura da sessão: “leve o paciente a participar, envolvendo-o no trabalho de buscar as metas do controle glicêmico”.

Participação

A sessão também contou com a participação da representante da Secretaria Municipal da Saúde de Salvador, Carine Raimunda Zuza, que apresentou a experiência do Programa de Distribuição de Insumos Glicêmicos e Materiais.

Sempre na primeira terça-feira do mês, as sessões de atualização em diabetes, realização do Cedeba por meio da Codar, têm como público alvo os profissionais das Unidades de Saúde da Família e acadêmicos dos cursos da área de Saúde. As sessões objetivam atualizar os temas referentes ao cuidado do diabetes diante de conteúdos científicos (protocolos assistenciais), oportunizar discussões de experiências exitosas das unidades de saúde; fortalecer a missão do Cedeba, que é de qualificação dos trabalhadores/ SUS, motivar os trabalhadores do SUS para a realização de eventos de mobilização comunitária e possibilitar encontros mensais com os representantes dos Núcleos Regionais de Saúde.

Fonte: Sesab

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